domingo, 28 de setembro de 2008

Campeonato de Softball



Terça passada participei de um campeonato de Softbol.

O softbol é um tipo de basebol mais leve, mais "soft". A bola é um pouco maior (o que deixa ela mais lenta e menos perigosa) e o campo é menor (assim, as pessoas não precisam correr muito). Ele também pode ser jogado por mulheres, diferente do basebol, que é para homens.

No Japão, tanto o softbol quanto o basebol são quase como o futebol do Brasil. Você vê pais e filhos praticando catchball ("pegar a bola") nos parques. As pessoas têm seus times favoritos e as vezes assistem jogos nos estádios. Disse que é "quase" como o futebol do Brasil, porque não deve haver nada igual ao futebol no Brasil no mundo todo.

Participei do campeonato amistoso pelo time da gráfica, a Maruni. Participei porque me disseram que as bolsistas anteriores todas participavam pq eu, apesar de ter jogado algumas vezes no Brasil (se pratica softbol uma vez por semana na colônia japonesa de Ivoti), sou um zero a esquerda, へた (heta) em japonês. Mas eu confesso, e qm me conhece sabe, que eu so chegada nesses eventos esportivos. hshs. Tava tri empolgada :D

Minha colega da gráfica me pegou as 7:30 da manhã (em pleno feriado) para me levar para o local do jogo. Chegando lá juntamos o pessoal e depois de ouvir as regras básicas todos se enfileiraram para fazer o radiotaisou (ginástica do rádio).

Eu não estava acreditando. Queria me matar porque, como fui fazer a ginástica junto, acabei não pegando a máquina e não consegui filmar a situação. A minha amiga japonesa com quem deixei a máquina, obviamente, não se deu conta de quão engraçado era aquilo tudo e só tirou umas fotos de mim.


(eu sou a menina de braços abertos (diferente de todo mundo. hehe) lá no fundo, de camiseta escura)

Agora imaginem cerca de 200 pessoas, na maioria homens fazendo essa ginástica (achei no Youtube o videozinho da clássica ginástica japonesa):



É SÉRIO. As pessoas fazem assim mesmo, sem exagero. TODAS (felizmente, não com essa mesma roupa).

Essa é a mesma ginástica que faço no trabalho e é a mesma ginástica (inclusive com a mesma música) que se faz nos Undoukais (gincanas familiares esportivas) aqui e no Brasil (nos Undoukais organizados por descendentes de japoneses).

Sim, EU JURO que fazemos isso todos os dias de manhã na gráfica antes de começar o trabalho. Todos juntos. O melhor é ver os chefes bem concentrados. hshshshs. E ninguém acha engraçado. Só eu. hehe. As pessoas devem me achar uma abobada pq acho que sou a única pessoa que acha graça e se diverte fazendo a ginástica. e fico lá rindo sozinha. hahahaha.

Voltando ao campeonato...

Aqui os times enfileirados para se cumprimentar antes do jogo:



Aqui sou eu a caminho de dar uma super tacada. hehe. Até que eu acertei as bolas (mas quem sabe um pouco de softbol sabe que eu to toda torta. hshhs).



O que falei sobre pais e filhos? Hehe. Esse é um dos meus colegas da gráfica e seu mini filho com seu mini taco. óóóhhh...



E essa é a linda capinha térmica da minha colega. Ela é revestida com um tecido laminado e os bracinhos são a alça. que cuti cuti.



Ao lado estava acontecendo um campeonato de volei de colegiais. Fomos dar uma olhada e para a minha surpresa tinhamos que tirar os sapatos para entrar no ginásio:



Não conseguimos ver nenhum jogo porque tínhamos que voltar. Na saída, um bonequinho do Choru:



Esse é o mascote dos jogos japoneses que vai ser sediado em Yamaguchi em 2011 (Yu, vem p cá em 2011!!)

Na saída, ao invés de uma van de cachorro-quente...


um caminhãozinho de Takoyaki (polvo assado).

Não vou me ater as regras do jogo porque são muuuitas. Mas o objetivo da pessoa que dá a tacada é jogar a bola de forma que ela consiga correr até a primeira base (são quatro e elas formam um quadrado) antes que o outro time consiga levar a bola até ela. O método mais usado é jogando dando uma tacada que jogue a bola o mais longe possível. Assim o outro time deve demorar mais para buscar a bola e jogá-la ao carinha da primeira base.

Aqui, a Ryoukochan me filmou numa das vezes que consegui correr até a primeira base :)



(primeiro eu dou uma tacada em que a bola vai para fora do campo, daí não vale. Depois eu acerto)

Ganhamos três jogos e perdemos o quarto que nos levava para a final. Na disputa pelo terceiro ganhamos. Jogamos direto das 8:30 as 14:00 com apenas um ontervalo maior depois do primeiro jogo. Depois o intervalo era de 15 ou 20min :O no final a gente foi comendo o almoço (um mega bento com arroz, frango frito, peixe...) entre os intervalos. A Yuri ia se matar se visse aquilo.





No final do campeonato, alisamos o campo novamente. No melhor estilo "cada um arruma o que bagunçou" japonês.



Ficamos em terceiro. Ganhamos um troféu e uma caixa de cerveja. Eu ainda ganhei um troféusinho de pessoa esforçada. hshshsh.





Pior que achei bacana. Eles não premiam a pessoa com o melhor desempenho (no qual eu não teria a menooor chance. hhshshsh), mas aquela que se esforça mais (looooser. hshhshs).

Final das contas, voltei cansadíssima (acho que fiquei com ensolação porque fiquei mooorta de cansaso por dois dias) mas me diverti bastante :)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Shimonoseki



Terça passada eu e a Kaori (a outra bolsista brasileira) fomos até Shimonoseki, a cidade que fica bem na ponta da ilha principal do Japão, ainda dentro da provícia de Yamaguchi, há umas duas horas daqui. Havia um evento de abertura da exposição de uns painéis sobre os 100 anos de imigração japonesa no Brasil e fomos convidadas a participar do evento.

nota: nesse final de semana vai ter um evento do centenário em Porto Alegre, para quem gosta de cultura japonesa é uma boa dica. minha mãe vai fazer uma apresentação de dança lá ;)

Nos ligaram uma semana antes pedindo para cantar e sambar. Sim, isso mesmo. Acabamos aceitando para não fazer desfeita. Escolhemos "País Tropical" para cantar e "Deixa a vida me levar" para "sambar". Não entrarei em detalhes sobre nossa humilde apresentação mas posso dizer que foi rápida, 3 minutos de cada música e deu. E não se poude ouvir nossa voz pq a do Jorge Ben Jor era ben (ops) mais alta. Ainda bem.

O evento de abertura começou mais ou menos ao meio dia e terminou meio-dia e meia. Mas o divertido foi passar o resto do dia passeando pela cidade com um guia motorista e tudo pago. Almoçamos num restaurante tradicional bem delícia e começamos o passeio num mirante em que se pode ver toda a cidade e a outra ilha do Japão que está ligada a Shimoneseki por uma ponte.







Depois fomos a uma antiga casa da família Morite (a mesma família que tinha uma casa que fomos visitar em Hofu e postei aqui) em Shimonoseki. Lá nos vestiram com roupas tradicionais.

sim, eu peguei a mania dos japoneses de fazer o paz e amor nas fotos.






Nossos guias e as senhoras que nos vestiram:



Depois, a melhor parte: nos vestiram de samurais!! A Kaori era o Musashi (o samurai mais forte do Japão) e eu era o Kojiro (o samurai mais bonitão, que foi morto pelo Musashi)



é por isso que eu só apanho.





hehe.

Dali fomos para um aquário muito lindo. Não só pelos peixes e outros bichos, mas pela arquitetura também. Chegamos 5 minutos antes de começar o show dos golfinhos. Nunca tinha visto golfinhos. Uma graça. Queria levar um para casa.







óóhhh..



um esqueleto de baleia de verdade e em tamanho real





Para terminar, uma janta ao ar livre no porto de Shimonoseki (ao fundo, o prédio do aquário).





Ali, encarei esse apetitoso caramujo



e esse sushi de lula (assutada)



as pessoas de Shimonoseki que foram jantar com a gente



Como acabou ficando tarde, tipo 9:30 (o que é bem tarde para os japoneses) eles nos deram a volta de trem-bala :) Como era de noite não deu para ver o quão rápido o bicho anda, mas era bem confortável e o trecho que levaríamos duas horas para fazer de trem normal levamos 30 minutos.



O que, no final, não fez muita diferença já que eu e a Kaori acabamos perdendo o trem que tínhamos que pegar depois. Aí, chegamos em Yamaguchi quase na mesma hora que chegaríamos de trem comum.

Mas enfim. foi um dia divers.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Shodo



Há duas semanas comecei a fazer aulas de Shodo (neste link tem outras coisas interessantes sobre cultura japonesa), a caligrafia tradicional japonesa. Se os colegas se lembrarem, uma vez dei, pretenciosamente, uma oficina de Shodo na Mais. Que minha professora não saiba disso. hshs

Então, eu e a Kaori estamos fazendo as aulas todas as segundas. A professora é uma senhora muito querida bem tradicional e cheia de habilidades. É a mesma que dá aula de cerimônia do chá e de Ikebana (arranjos de flores). As aulas são na casa dela e ela recebe os alunos como convidados mesmo. Conversa, pergunta da família, serve chá e da última vez até fez uns sushis para a gente. Um amor.

As colegas de aula. Essa é a mesma que faz aula de cerimônia do chá, a Nanako.

Aqui, a Nanako tá carimbando o nome dela de Shodo. Todas as pessoas que fazem Shodo tem um nome de Shodo que elas podem escolher. Depois se faz um carimbo com esse nome (se chama inkan) e se assina os trabalhos escrevendo o nome e carimbando.





A outra colega (esqueci o nome :P).



A professora ninja.



A aluna meega iniciante.



Meu shudi. Diz Yamaguchi.



ainda tenho bastante a aprender...

いっしょうけんめいがんばります!
(vou me esforçar!)

Akiyoshidai



Final de semana passado fomos a Akiyoshi. Uma cidade há uns 40 minutos daqui. Lá estão dois importantes pontos turísticos de Yamaguchi. A paisagem com morros verdes e pedras brancas e Akiyoshido, uma caverna enoorme.

Quem nos levou foram as meninas da gráfica. Antes do passeio convidei elas para um strogonof aqui em casa. Elas nunca tinham comido. Acharam bem gostoso (pelo menos foi o que me disseram) e diferente comer molho com batata palha (!). Também apresentei para elas o nosso querido chimarrão. Acharam parecido com chá e gostaram. Até que me saí bem para o meu primeiro chimarrão. hehe. Trouxe a bomba e a erva (que já tá vencendo :P) do Brasil.

Enfim. Almoçamos e fomos passear. Eu nunca tinha entrado numa caverna antes, mas essa parece ser umas das grandes. Andamos uns 20 minutos para dentro e não chegamos a ir até o final (pq parecia não haver mais muita coisa). Pena não ter conseguido tirar muitas fotos por causa da falta de luminosidade, tava lindo. Neste site tem umas fotos melhores. Todo o caminho é bem sinalizado e fácil de caminhar, algumas pedras tem nomes e há um alto falante perto dos principais pontos que dão uma explicação do lugar, tipo um um guia.



As tres amigas da gráfica (Naomi, Aya e Ryouko) e eu :)



A entrada da caverna. A água que saia da caverna era estranhamente bem azul.



De dentro.



A Elsa



Os "pratos" (assim chamam essa parte) da caverna.





Uma estalagtite gigante.



Depois de sair da caverna fomos ver a famosa paisagem de Akiyoshidai.



Bem bonita.



E na volta, uma passada em um lago lindo com uma água azul azul (não sei como).



:O

Um bom passeio.