domingo, 23 de novembro de 2008

Tokyo - odaiba e hotel capsula



de volta em Tokyo..

fomos para Odaiba, a ilha construída artificialmente, conhecida como ilha do futuro.

estação do monotrilho que nos leva até odaiba









lá, andamos de roda gigante :)





e visitamos o Museu Nacional de Ciências e Inovação Miraikan que, aliás, agora está com uma exposição sobre a Amazônia. é um museu muito bonito, inaugurado em 2001 e de graça aos sábados ;)









lá, assistimos a apresentação do Asimo, o robô humanóide desenvolvido pela Honda. aqui vai um trecho dele correndo, uma de suas habilidades mais características (pode correr até 6,5km/h):



depois, almoçamos no Mac (a comida barata de Tokyo) do Aqua City Odaiba, o principal shopping de Odaiba. dalí fomos em direção a casa dos meus tios, que vivem em Ebina, próximo a Yokohama, há uma hora e meia de Tokyo.

esse é o meu tio, irmão da minha mãe, e a esposa dele. ele nasceu no Brasil e mora no Japão há uns 15 anos, ela nasceu no Peru e está no Japão há cinco. os dois são dekasseguis.




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os dekaseguis

a palavra DEKASSEGUI vem de deru ( 出る), que significa sair, e kassegu (稼ぐ), para trabalho, para ganhar dinheiro trabalhando. os dekasseguis são as pessoas que se mudam para um lugar longe por causa do trabalho. assim são chamados os estrangeiros que vêm ao Japão para trabalhar e os próprios japoneses que saem do interior para trabalhar na cidade grande.

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os dekasseguis brasileiros

a partir dos anos 80, com a ascenção da economia japonesa, ocorreu uma inversão no fluxo migratório no Brasil (até então, os japoneses é que vinham para o "país do futuro").

hoje, existem cerca de 300 mil dekasseguis brasileiros no Japão. grande parte, com terceiro grau completo, está no Japão pela dificuldade em encontrar um bom emprego no Brasil. em geral, não trabalham em suas áreas, conseguem empregos que, antes, não pensariam em ter (chão de fábrica, pedreiro, faxineiro, garçon...) e sofrem preconceito social. apesar disso, recebem mais do que muito empresário brasileiro (o salário mínimo daqui é 2.000 dólares) e têm um bom padrão de vida (carro, casa própria e as coisas que 2 000 dolares mensais permitem fazer), sem contar as vantagens de morar num país de primeiro mundo (segurança, lazer, transporte...).

na minha família, tenho 9 tios e tias, dos quais 5 estão trabalhando no Japão, sendo que 2 dos 4 que estão no Brasil chegaram aí há duas semanas.

dando uma estudada nessas coisas, achei esse parágrafo do Wikipedia, que é muito verdade

"Os nipo-brasileiros se sentem (e, muitas vezes, são vistos) como japoneses no Brasil. Todavia, quando imigram para o Japão, muitos percebem que são totalmente brasileiros. Surge então um forte sentimento de 'identidade brasileira' na comunidade que se organiza para celebrar sua herança cultural brasileira, promovendo festas de carnavais ao som de samba e consumindo comida típica do Brasil. Os nipo-brasileiros fazem questão de exibir sua origem brasileira em terra japonesa."

e cá to eu sambando, fazendo chimarrão, ouvindo MPB e samba no meu ape.. hshshs

para atender os desejos e as necessidades desse povo, existe todo um mercado de jornais, revistas, sites, catálos e lojas de produtos brasileiros. tem muita coisa mesmo. é impressionante (mas ainda não em Yamaguchi :P). um exemplo de jornal é o Tudo Bem Mag, um jornal feito para os brasileiros que vivem no Japão. quase o inverso da Made in Japan, uma revista que tem notícias sobre o Japão e é distribuída no Brasil.

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voltando à historinha.

visitamos meu tio, onde comi frango assado e uma pizza gostosa pela primeira vez no Japão :) matamos as saudades, já que é difícil encontrar eles, entreguei dois kilos de feijão que minha outra tia mandou do Brasil, e depois voltamos para Tokyo, onde tínhamos feito reserva num hotel capsula.



nossa capsula de casal, custou 50. sim, existem capsulas para duas pessoas, mas para quem vai pensando em fazer um programa romântico num hotel capsula, bom ir tirando o cavalinho da chuva. hehe. o hotel capsula é tipo um alojamento. as capsulas ficam umas dos lados das outras, e nessas maiores, de casal, as pessoas levam os filhos e fica uma zona. sem contar que as capsulas são fechadas por uma cortininha que pode ser aberta por fora a qualquer momento, o que tira toda a privacidade da pessoa.

lá dentro, funciona assim: como as malas ocupariam muito espaço nas capsulas, elas ficam num armário no primeiro andar. nesse armário tem um pijaminha, toalha e um chinelo. vc veste o pijaminha, deixa tudo no armário e vai para cápsula só com o pijama. aí fica todo mundo circulando com aquele mesmo pijama folgado. parece que a gente tá num manicômio. hehe

ali dentro encontramos um dibouhanbaiki de cuecas, meias e pijamas.



o local para banho é separado, mas o banheiro masculino e feminino é o mesmo:



e uma capsula é assim:



o hotel ficava meio isolado dos bairros mais badalados e como os trens param de circular perto da meia-noite, fomos dar uma volta a pé ali por perto. bom passeio. nosso roteiro consistia em andar de loja de conveniência, comprar uma bebida e ir até a próxima. e assim fomos durante uma hora.. só de ida (esquecendo da volta. hshsh)





mas é. de novo tenho um post gigante.

as historinhas de domingo e segunda ficam para o próximo ;)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Hiroshima



no último finde que o Marco esteve aqui, nossos planos eram ir para Nara, outra antiga capital japonesa, e para Tokyo.

iríamos pelo método "troca infinita de trens comuns" até Nara, e de Nara para Tokyo em ônibus noturno. no fim, como percebemos que acabaríamos chegando em Nara só no final da tarde, e não conseguiríamos ver os parques e os templos, resolvemos parar no meio do caminho, em Hiroshima, e conhecer a cidade.

tinha uma vontade muito grande de conhecer Hiroshima, pela importância histórica da cidade.





conhecemos o Memorial da Paz de Hiroshima, que é uma praça, onde ficam o A-Bomb Dome, o museu Memorial da Paz de Hiroshima, monumentos e cenotáfios em homenagem as vitimas da bomba.



o A-Bomb Dome é o que restou do prédio da antiga prefeitura de Hiroshima depois da queda da bomba no dia 6 de agosto de 1945. Foi um dos poucos prédios que continuou de pé depois da explosão. até hoje ele é preservado no mesmo estado.



esta é a Estátua das Crianças da Bomba Atômica, em memória das crianças que morreram vítimas da bomba. ela foi construída com a doação de escolas que se mobilizaram após a morte de Sadako.

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Sadako e os grows de papel

essa é a história da menina que virou símbolo do sofrimento das crianças causado pela bomba.

aqui, é dito que, se você faz 1000 grous de papel pensando em um desejo, ele será realizado.

com leucemia, no final de seu longo tratamento, Sadako empenhou-se em fazer os 1000 grows de papéis, para realizar o desejo de manter se viva. segundo relatos, Sadako nunca se queixou de dores, apesar do tratamento doloroso e, esperançosa, fez os grous desejando que melhorasse.

apesar de não ter seu pedido atendido, a história dela ficou muito conhecida e sua morte mobilizou estudantes de todo o país, que até hoje prestam homenagem a menina, confeccionando os 1000 grous e desejando paz, para que nunca mais uma criança sofra como Sadako.



naquele dia, algumas crianças prestavam homenagem cantando:



Sadako tinha 2 anos de idade na queda da bomba. vítima da radiação, morreu 10 anos depois.

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também conhecemos o museu Memorial da Paz de Hiroshima que quase deixamos de ir pensando que era caro. o ingresso custa 50 ienes (R$ 1,00).







uma maquete simulando o antes



e o depois da queda da bomba.



não restou quase nenhum prédio de pé num raio de 2km do hipocentro da explosão.

difícil de entender, difícil de escrever sobre a sensação que tive ali. algo entre tristeza, decepção e luto.

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de Hiroshima, continuamos a "troca infinita de trens comuns" até Nara. o trem chegou na estação de Nara 5 minutos antes do ônibus partir dali da frente rumo a Tokyo. contamos com a sorte e com o folego para correr enlouquecidamente até a saída correta da estação (são 4) e até a parada do ônibus.

uffa! foi por pouco.

entramos no onibus, dormimos sem janta (pq não deu tempo!) e acordamos em Tokyo mortos de fome. hehe

de volta em Tokyo...

(ontem, vi neve pela primeira vez na vida. não vi ela caindo aqui, mas tá ali bem bonita acumulada em cima das montanhas :)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Kyoto, Osaka e Ayabe



O blog Louise no Japão adverte: esse post contém alto grau de demonstração explícita de meiguice.

a gente tem que admitir. blusa igual foi demais. hshs

na primeira sexta que o marco esteve aqui, fomos a um barzinho com os amigos aqui em Yamaguchi e depois entramos no ônibus rumo a Kyoto.

já que só tínhamos o sábado e o domingo para viajar, o ônibus noturno era a melhor opção para não perdermos tempo. o onibus saía as 21:00 e chegava as 6:00 em Osaka.

em Osaka:





de Osaka, pegamos um trem para Kyoto. Kyoto foi, durante bastante tempo (de 794 a 1868), a capital do Japão, por isso é uma das cidades mais bonitas do país. ela é cheia de templos lindos e uma das poucas grandes cidades que preserva construções tradicionais.





*que parecem ainda mais tradicionais com esse efeito. hshs

Kyoto tb é conhecida pelas gueixas e maikos (aprendizes de gueixas) que andam pelas ruas.





a cidade está tão cheia de templos e lugares a visitar, que a gente podia passear sem roteiro fixo sem problemas. era caminhar dois passos e cair em algum templo lindo. esse ficava perto da estação:







depois dali, fomos a um templo que não podia deixar de conhecer, o kiyomisudera. esse sim, estava no roteiro.





o nome do templo vem de uma pequena cachoeira que corre no complexo do templo. "kiyomizu" significa água pura, "dera" é templo. segundo a crença, as pessoas que tomam a água desse templo adquirem sabedoria, saúde e longevidade.



*segundo o artigo da Wikipedia, rez a lenda que se uma pessoa se atirasse da varanda do templo (com 13m de altura) e sobrevivesse, teria um desejo realizado. desde que o templo foi construído, 234 pessoas se atiraram, das quais 85,4% sobreviveram. hoje, a prática é proibida.

dessa varanda que fiz esse videozinho



almoçamos num lugarzinho simpático ali dentro do complexo do templo mesmo :)



depois, fomos em direção ao Fushimi Inari Taisha. O Fushimi Inari Taisha não é exatamente um templo, mas um complexo de alteres ligados por caminhos de toris, portais vermelhos que marcam as entradas dos templos xintoístas. é um lugar muito lindo. prato cheio para quem gosta de tirar fotos. eu podia passar dias ali ;D


ok, a foto de cima é do marco.









para quem vai pensando que se trata de um pequeno caminho de 100 ou 200 metros efeitados com portais (como a gente) bom saber que os toris percorrem uma trilha de aprox. 1 hora de caminhada morro acima. ufa. deu para cansar.



o local, assim como outros de Kyoto, foi cenário do filme Memórias de uma Gueixa (2005), que ganhou o oscar de Melhor Fotografia, Figurino e Direção de Arte em 2006. o filme, produção americana, não fez muito sucesso por aqui. muitas pessoas não gostaram pelo fato das atrizes principais serem chinesas e da imagem das gueixas ser associada a prostituição.

de qualquer forma, é um filme muito bonito. recomendo :) aqui, o trailer:



mas a gente tb sabe fazer "filme" em Kyoto :D



saindo correndo dos cenários cinematográficos de Kyoto, encaramos uma hora e meia trem. viagem que deveria ter durado uns 20 min para que chegássemos no horário previsto para a reserva. no final, deu tudo certo. pena o hotel ser tão longe. tinha feito a reserva pela internet procurando pelo hotel mais barato de Kyoto. o problema é que limitei a busca pela PROVÍNCIA de Kyoto ao invés de limitá-la pela CIDADE de Kyoto (capital da província) :P quando forem utilizar mesmo método, não esqueçam de checkar a localização do hotel. hshsh.

no caminho para o hotel.. uma pausa para explicar como funcionam os bancos dos trens ;)



então, chegamos em Ayabe, a cidade em que ficaríamos hospedados. logo vimos o hotel. e só. a cidade era isso. hshs

foi um parto encontrar um lugar para comer de noite. mas quando achamos um restaurante, fomos super bem recebidos. acho fazia muito tempo que os donos não recebiam nenhum cliente. hshs. éramos os únicos clientes com a excessção de um senhor que parecia ir ali todos os dias pela familiaridade com que era tratado. esse velhinho deu uma cerveja para nós e ficamos ali, todos conversando. quer dizer, o marco mais escutando.

tiramos fotos com os donos, eles nos deram seu cartão visitas e se colocaram disposição ajudar com qualquer problema que tivéssemos durante a viagem. hehe. queridos.



dormimos mortos depois um longo dia e no domingo ficamos em função de voltar para Yamaguchi, já que nosso dia acabou começando só meio-dia.



demos uma volta perto da estacão de Kyoto

estação de Kyoto:



onde encontramos esse templo (que já estava fechado)



depois, fui descobrir que o templo era o Nishi Honganji, um dos principais templos do Jodo Shinshu, uma das linhas do budismo do qual um amigo japonês é monge.

dali, fomos para Osaka, de onde pegaríamos o ônibus de volta para Yamaguchi.

demos uma volta perto da estação e pegamos o onibus :)

ai ai.. Kyoto deixou saudades.